Nota-se muito as pessoas se perguntando a respeito da credibilidade que deveriam dar aos políticos, pessoas dotadas de uma descrença absurda, hoje em dia vota-se no que julgamos, baseando-se em conhecimentos pífios, o menos pior.
Presenciar isso foi totalmente deprimente, até mesmo por que estamos vivendo a era da informação, e é visto claramente ainda que estejamos vivendo nessa nova era as pessoas continuam desinformadas, e diferente de antes, dessa vez, continuam desinformadas por que querem está desinformadas! É muito mais fácil acreditar na polarização pregada pela mídia que diz que só existiram 3 candidatos a presidência do Brasil do que sair catando e se dedicando a saber da existência de outros 9, sendo que, houveram 12 candidatos.
Mas o foco dessa coluna não é divulgar aqui o total dos ex candidatos, afinal a eleição já passou, e sim falar sobre um assunto instigante que chamou muita atenção nessas eleições que foi a mobilização pública.
A competição acirrada entre os dois últimos candidatos foi extremamente desafiadora, o Brasil nunca teve uma eleição como essa, a ponto de notar uma polarização de opiniões simples ser reparada em um restaurante, quem come a comida iria votar no candidato oposto de quem a que serve a comida escolheu para votar, e isso mostra claramente o nível de pobreza e desigualdade que assolam o país, tal como a exagerada concentração de riqueza, e o resultado disso foi visto no dia 31 de outubro. Ambos os lados brigaram com as armas que tinham, se valiam até mesmo de recursos de comunicação virtual para jogar especulações a cerca de ambos os candidatos. Esses exagero especulativos em termos de mobilidade social foi muito positivo, pois podemos notar que as pessoas estavam, pela primeira vez (pela primeira vez se tratando de abrangência obtida) os brasileiros resolveram discutir política e pensar em seu futuro, ainda que não saibam nada à cerca do assunto, tenham falado mais absurdos que o habitual e que isso é o pior de tudo, pensam que são verdadeiros entendidos do tema. Tijoladas brazucas à parte, esse estado de discussão levou o brasileiro a um novo patamar jamais atingindo antes, resolver pensar e entender do que se tratam os políticos e o que cada cargo ocupam. E isso é uma mudança significativa de valores.
O reflexo de tudo isso foi durante a votação, meu exemplo, eu voto em transito, a seção eleitoral em transito só abre se houver mais de 50 inscritos para realizar o voto, e como as pessoas adoram usar a justificativa "eu não voto nesse estado" para fugir de suas responsabilidades como cidadão e falar mal de todos depois com a "consciência limpa" eu realmente imaginei que não fosse abrir seção alguma... Ledo engano! Não sei o numero exato de pessoas que passaram pelo TRE, mas pelo que eu vi, mensuro que bem mais de 3.000 pessoas votaram em transito na Bahia! E isso é fascinante, pois vemos que essas eleições levaram as pessoas a se levantarem de seus colchões para escolher alguém! Ainda que esse critério de escolha tivesse sido defasado, baseado em uma estatística sacana que mobilizava os resultados a favor do seu interesse, vi muita gente votar em X por que queria que Y não ganhasse. E realmente, a forma que as estatísticas são utilizadas nacionalmente, em termos de eleições é algo muito bem bolado e planejado para induzir os eleitores, que caem como peixes em uma rede de pesca, simplesmente seguindo esta lógica: se eu votar em W terei meu voto perdido, quero que W ganhe, mas X tem mais chance de ganhar do que W, como eu tenho medo que X ganhe então eu voto em W. Tenho certeza que se as estatísticas fossem proibidas como são em um dos estados do Brasil, creio eu que seja o do Pará, os resultados seriam bem mais fieis ao real interesse dos eleitores.
Em paralelo a isso o eleitorado brasileiro sofreu com a preferência da mídia em focar apenas 3 candidatos, desmerecendo os outros 9 candidatos. Existiu sim, um interesse midiático que envolviam uma série de patrocínios e benefícios, houve uma descarada polarização entre 3 candidatos e o povo se resolveu, infelizmente, entre esses 3. Mas o fato é, ainda que com a mídia, para dizer o que pensar, existiu o dialogo entre os brasileiros como um todo, e o seu claro resultado mostrou a força maior da fome e da necessidade de investimentos nas condições básicas de sobrevivência, o que deixou a opinião pública internacional muito favorável também, afinal, eles gostaram muito mais do resultado que os próprios brasileiros em si, a França e os USA como elementos internacionais de peso, gostaram muito do resultado. Até mesmo por que não houve o risco, já que, a balança de poder pode ser perpetuada com o resultado, e isso é bom para o comercio. Vale ressaltar que o fato dos países centrais estarem com o olho no Brasil mostra uma moral internacional alta para o mesmo, já que praticamente todo o globo parou para poder acompanhar esse resultado sendo noticiado em mais de 110 países!
Com isso quero mostrar basicamente que não se trata de um terror, e que o simples fato de uma quantidade generosa de brasileiros debaterem, brigarem por sua idéias, irem as urnas e votarem, estando em seu estado ou não, terem escolhido uma mulher para assumir o poder em um país catolicista e machista também mostra indícios de uma nova conjuntura nascente, podemos ver uma gama de cidadãos acreditando que estão ajudando a construir um Brasil melhor, e isso tudo mostrou que uma consciência política está começando a se desenvolver no débil e frágil consciente nacional. Realmente, essas por todos esses motivos explícitos e implícitos, as eleições de 2010 foi um verdadeiro marco para o eleitorado brasileiro, um divisor de águas entre passado e futuro.
Porém fica o aviso: Política é uma ciência como outra qualquer, que possui seus teóricos e filósofos, digna de ser devidamente estudada como qualquer outra, e se os brasileiros mal acompanham noticiários e investem em estudo, livros e educação, logo não se interessam em desenvolver estudos sobre política em sua base teórica, quanto a pratica eu nem comento, pois seria triste, já que as câmaras municipais estão à disposição e as pessoas sequer sabem que podem estar lá para poder assistir às sessões, pensam que exatamente é aquilo que simplesmente vêem que já foi filtrado pela imprensa. E o pior, acham que sabem tudo sobre o assunto se baseando em meros achismos. Não se fala sobre um assunto que não se estuda! Você não pode falar sobre algo que você não conhece baseado em tolas ideais e em uma mídia descaradamente partidária, na qual faltará fundamentação para sustentar todas as suas idéias assim como capacidade de analise!